"Ninguém mais escreve cartas hoje em dia", ela pensava. Até que um dia uma caiu em suas mãos e mudou o rumo de sua vida. Levou-a ao lugar que sempre sonhou. E a conhecer o amor do jeito que nunca imaginou. Da forma mais improvável do mundo...

Marina tem 25 anos, e sempre sonhou em se tornar uma grande estilista. Decidida a mostrar seu talento para o mundo, ela deixa a vida do inteiror de São Paulo, onde vivia com seus pais e estava confinada a levar adiante a padaria de seu pai quando este morresse, para morar na capital. Mesmo vivendo sozinha e longe dos pais, Marina não se deixa abater. Ela é daquelas garotas vencedoras, que sabem o que quer, e vai em luta de seu grande sonho, entra numa faculdade de moda, e para pagar as contas trabalha nos correios. Entre os vários clientes, uma em especial chama sua atenção, uma garota ruiva que está sempre postando cartas. Quem num dia de hoje escreveria cartas tendo tantas opções mais rápidas e de graça como o e-mail, por exemplo??? É o que Marina se perguntava. Certo dia, fora do trabalho, Marina tem a oportunidade de conversar com essa garota, e curiosa, pergunta pra quem ela tanto escreve? A menina explica que possui um trabalho chamado O anjo carteiro, onde alguém, geralmente algum familiar de algum idoso, contrata seu serviço para se corresponder com seu ente querido, se passando por alguém importante de seu passado. Um trabalho que você pode pensar que é injusto, mas que eu te digo que apesar de estar enganando a outra pessoa, é uma coisa muito bela. E Marina fica maravilhada com o trabalho da garota.
Marina reparou na caligrafica arredondada e bem feita.
- Hum... "Beatriz".
- Não sou a Beatriz. Na verdade, eu estava Beatriz até agorinha há pouco. [...] Eu tenho um negócio pequeno na internet. Um site chamado "O Anjo Carteiro"... Faço do meu trabalho o que muitas pessoas evitam. Ou porque não têm tempo... Ou porque não querem mesmo.
- Qual trabalho?
- Já ouviu falar em ghost-writter?
- Hum... já. Aquele esquema de o autor contratar alguém para escrever por ele, né?
- É mais ou menos isso, com menos glamour e mais paixão. O mesmo profissionalismo.
- Pedem pra você escrever cartas, então.
- Em linhas gerais, é por aí. Pagam pra que eu escreva. E finjo ser a pessoa que me pedem que seja.
- Peraí! Você escreve cartas para uma pessoa que não conhece, como se fosse outra que também não conhece?
- Aham.
- Mas quem contrata dita as cartas?
- Nada! Quem contrata dá as informações iniciais sobre as duas pessoas e depois vou sozinha, na criatividade.
- Nossa... e funciona?
- Funciona, porque as pessoas pra quem escrevo querem que tudo seja verdade. Não é questão de ser ou não verdade... A verdade mora em quem acredita, entende?
[...] - Nossa! Mas você não se sente mal por enganar essas pessoas? Quer dizer, desculpa, não tô dizendo que é enganação, mas não basta estarem num asilo? Já não é sofrimento suficiente?
- No início, até achei que poderia sentir isso, mas o tempo me mostrou como essas pessoas eram antes... E quem passaram a ser após se sentirem importantes... A realidade a gente cria na nossa cabeça, acho que faço bem a essas pessoas. 

Num belo dia, por coincidência do destino, eis que uma dessas cartas vai parar nas mãos de Marina, que ficará incumbida de levar aquela "mentira" boa adiante, e se corresponder com alguém que não conhece, e que vive em Portugal, numa casa de Repouso. O único problema nessa história toda, e que nem mesmo Marina poderia imaginar, é que através dessa troca de correspondências ela poderia ficar fascinada com as palavras de um desconhecido, palavras estas que não foram escritas para ela, e ser proporcionada com vários momentos de alegria, mas também de tristeza e confusão, pois ela começa a esquecer da vida real, dos amigos, do namorado, dos estudos, tudo por uma paixão, por um alguém que ela nunca viu, e o pior, que deve ter mais que o dobro de sua idade.

Um dos melhores livros que eu já li este ano. Eu sei que falo isso bastante, mas é sério. Ainda não te disse nada me surpreendeu muuuuuito. Sempre achei que o Mauricio tivesse talento pra coisa, mas com relação ao Mundo de Vidro, eu tive uma pequena implicância com o personagem principal, por ele ser homem, e pensar muito com a cabeça de baixo. : P Tá bom, os homens são assim, mas eu tinha vontade de esganar o filho da mãe. rs Daí o Mauricio resolveu mudar a abordagem, passando o personagem principal ser do sexo feminino. E foi uma aposta e tanto. Mauricio consegue descrever tão bem a personagem e a conversa entre ela e suas amigas que é como se o livro tivesse sido escrito realmente por uma mulher. Sem ofensas, Muricio. He he. Mas ficou perfeito. Eu sempre fico admirada quando isso acontece, quando o autor consegue descrever perfeitamente a personalidade do sexo oposto. :) Logo de cara dá pra notar a evolução do autor, do primeiro livro pra este.
Com certeza vou sentir saudades deste livro e dos personagens que ficarão na minha memória: Otavinho, o vizinho adolescente apaixonado por Marina e seus Bobs; a amiga Francesca e suas promessas de agredir Marina pra que ela não "dormisse no ponto", digamos assim rs; a futura escritora Thaís e suas anotações pra um próximo livro; e claro,  não podendo me esquecer da Marina e suas interpretações de mulher ofendida com o irmão "Sai e volta praquela vagabunda". Brincadeirinha. Ela com certeza deixou uma marca beeem maior e melhor que esta.
Otavinho: - Você merece coisa melhor.
Marina: - É? Tipo quem?
Otavinho: - Tipo alguém mais jovem, mais bonito, mais loiro, com o cabelo mais encaracolado.
Marina: - Quando eu encontrar um, talvez pense no assunto.
O elevador chegou.
Otavinho: - Posso descer com você?
Marina: - Deixa eu pensar... Sua avó pagou o condomínio?
Otavinho: - Sei lá, acho que sim.
Marina: - Então não tenho como impedir. Entra logo.
Otavinho: - É como diria Bob: "Tem horas em que a gente deve absorver".
Marina: - Bob Marley disse isso?
Otavinho: - Bob Esponja.
Marina: - Ah...
E não é a primeira vez que um personagem do Mauricio deixa sua marca em mim, até hoje tenho o vício de introduzir uns Cof cof nas minhas conversas por culpa de O mundo de vidro. rs
Com certeza um livro recomendadíssimo, que deveria ir pras telonas também, além de O mundo de Vidro. Quem sabe um dia esse meu desejo, e claro, de muitas outras pessoas, não acaba acontecendo???
Ao Maurício só tenho a desejar meus parabéns por um belíssimo livro, por ter me proporcionado algumas horas (isso porque não conseguia parar de ler de tão bom) emocionantes e lágrimas no final (lindo!), e claro, desejar-lhe também todo sucesso do mundo! :)
Título: Ainda não te disse nada
Autor: Mauricio Gomyde
Páginas: 235
Ano: 2011
Editora: Porto
Preço: 25,00
Nota: 



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http://www.mauriciogomyde.com/p/loja-virtual.html 
O livro, autografado, está custando R$25,00. Você também pode comprá-lo no formato para E-book por R$5,00.  
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4 Comentários

  1. Adorei os quotes *o*
    Adorei a resenha *o*

    Preciso desse livroooo!

    :*
    Mi
    Inteiramente Diva

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  2. Ai, Mi, esse livro é muito perfeito. Sério! Espero que todos tenham a oportunidade de lê-lo. É engraçado e tão bonitooo *_______*

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  3. Ah amiga, as suas resenhas sempre são o máximo! Faz a gente quer ler sempre todos os livros!! Amei este!

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  4. Oi Karina, esse livro parece ser tão lindo!!!!! Já tinha lido muitos comentários positivos sobre O mundo de vidro, todo mundo adorou. E agora esse livro que já eh um sucesso e que só recebe elogios na blogosfera.

    Parabéns pela resenha.
    Beijos, Caline
    Mundo de Papel

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